segunda-feira, 23 de agosto de 2021

POR QUE NÃO DIVULGAR PRAZOS?

 Por Rafael Rossi

                                        Foto: Divulgação

Luis Fabiano com o Dr. Sanches durante recuperação em 2011


No último dia 14 de julho escrevi um texto cobrando a satisfação de alguém do São Paulo em relação a enorme quantidade de jogadores machucados. De lá para cá nada mudou. Ninguém deu a ‘cara a tapa’ e atletas continuam tendo problemas físicos. A maioria muscular. Depois de treinar normalmente (de acordo com o site oficial) o zagueiro Arboleda foi desfalque no último domingo (22) na vitória modorrenta sobre o Sport na Ilha do Retiro.

O São Paulo é o clube da Série A com mais problemas médicos na temporada. Com o equatoriano, o Tricolor chegou ao 33º caso. Como provavelmente não haverá uma explicação (a não ser questões como excesso de jogos, falta de férias e troca de comando técnico) decidi falar sobre outro detalhe que tem irritado os são-paulinos: nunca o departamento médico divulga prazos de recuperação dos machucados.

Por que essa postura? Por que isso acontece? Para isso também não há uma explicação oficial. Afinal de contas, qual o problema de divulgar uma previsão? Se é previsão, ela pode ser antecipada, pode ser confirmada ou pode ser adiada. Normal. Depende do organismo de cada jogador machucado. Mas é só uma previsão. Saber o dia exato que o atleta vai voltar a jogar é quase impossível. Até porque depende dele também dizer que está bem e confiante para entrar em campo. Então volto a afirmar: não há motivos para esconder essas previsões.

De qualquer forma é possível citar uma das principais, senão a maior, razão para o DM não revelar as probabilidades de retorno de um contundido. Para isso, temos que voltar ao ano de 2011. Desde o retorno de Luis Fabiano da Espanha e o ‘mico’ que o São Paulo passou com sucessivos adiamentos da reestreia do ídolo, nunca mais uma previsão foi divulgada para um jogador com problemas médicos.

RELEMBRE A HISTÓRIA:

No final do mês de março de 2011 o São Paulo anuncia, para delírio da massa tricolor, que repatriou o centroavante que estava no Sevilla da Espanha. Com dores no joelho direito devido a uma fibrose (cicatriz interna rígida na operação que tinha sido submetido na Espanha), porém, ele demorou muito para jogar de novo com o manto Tricolor. De início, optou-se por um tratamento convencional, sem intervenção cirúrgica.

O primeiro prazo divulgado foi de quase um mês de ansiedade. A expectativa era de que o Fabuloso estreasse no dia 27 de abril, contra o Goiás, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Mas as dores insistentes no joelho direito adiaram a reestreia pela primeira vez. A previsão então foi para uma semana depois: 4 de maio. A partida seria diante do Avaí pelas quartas de final da mesma Copa do Brasil.

Só que – de novo – o retorno de Luis Fabiano foi postergado. O médico José Sanchez na época começou naquele momento a cogitar a hipótese de uma nova cirurgia. A ideia era esperar por mais 20 dias mantendo o tratamento convencional. A festa foi programada então para o jogo diante do Figueirense, dia 28 maio no Morumbi, pela 2ª rodada do Brasileirão.

O ‘mico’ começou a se configurar nesse momento. Porque foram feitos e distribuídos até flyers (cartazes) para a torcida anunciando a tão esperada reestreia do Fabuloso. A torcida se agitou e prometeu lotar o Morumbi. O problema é que na quarta e na quinta-feira da semana que antecedeu esse jogo, o centroavante reclamou novamente de dores no joelho direito. Com isso, o clube foi obrigado a marcar e divulgar a cirurgia para a retirada da fibrose.

Por fim, Luis Fabiano só reestreou pelo São Paulo no dia 2 de outubro de 2011. Infelizmente foi em uma derrota para o Flamengo por 2 a 1 em pleno Morumbi pela 27ª rodada do Campeonato Brasileiro.

O 'MICO' de tantas previsões de retorno que não aconteceram fez com que o São Paulo nunca mais divulgasse previsão para nenhum atleta contundido. Pode pesquisar que você não vai achar nenhuma outra previsão de retorno depois desse caso. Repito que oficialmente não há nenhum posicionamento e nenhuma confirmação do São Paulo de que o 'caso Luis Fabiano' em 2011 seja o motivo dessa postura.

Mas é fato que após isso e até hoje é preciso buscar nos bastidores as informações dos machucados ou então pesquisar com outros especialistas uma média de recuperação de cada caso específico de acordo com o histórico da medicina esportiva.

quarta-feira, 21 de julho de 2021

VITÓRIA DA TRADIÇÃO

 Por Rafael Rossi



Tricolores comemoram no vestiário na Argentina. Foto: Erico Leonam/SãopauloFC

O São Paulo bateu o Racing na Argentina por 3 a 1 e avançou às quartas de final da Libertadores. Acredito que quando você estiver lendo esse texto obviamente a notícia já vai estar até ‘velha’. O que eu quero destacar então é a tradição na maior competição do continente. Nunca a tradição esteve tão presente como no gramado do estádio Presidente Perón, também conhecido como ‘El Cilindro’, em Avellaneda, região metropolitana de Buenos Aires.

Claro, Crespo e cia. tiveram um papel importantíssimo na conquista da vaga (já falo mais sobre isso), mas é impossível negar a história. Nunca o São Paulo havia sido eliminado nas oitavas de final por um time estrangeiro. Continua da mesma forma. Apesar da crise no Brasileiro, em nenhum momento se questionou quem era o favorito no confronto. Atenção: no confronto (dois jogos) e não apenas para o duelo desta terça-feira (20) longe da capital paulista.

Se falar em títulos e camisa então aí vira covardia com os ‘hermanos’. A equipe argentina ganhou a Liberta no longínquo ano de 1967 e encarava o tricampeão com conquistas em um futebol bem mais contemporâneo. Pesava contra o Tricolor neste jogo especificamente o recente futebol ruim no Brasileirão, as inúmeras contusões musculares no elenco e também o fato da última vitória do São Paulo na Argentina ter sido em 2005, ano até aqui da conquista derradeira.

Mas nem mesmo o fato do time são-paulino tradicionalmente se garantir em casa e não trazer lá muitos bons resultados longe do Morumbi conseguiu derrubar a tradição e o peso do manto sagrado Tricolor em Avellaneda. Como falei no início do texto, houve méritos de Crespo e dos jogadores. O maior deles é do técnico gringo que finalmente (parece) ter largado mão de Pablo e, principalmente, de Vítor Bueno.


Marquinhos e Rigoni marcaram os gols. Foto: Erico Leonam/SãopauloFC

DIFERENÇA


Escrevi no meu twitter e repito aqui: Miranda, Benítez e Rigoni. Com esses três em condições o São Paulo não é aquele time modorrento e sem vontade. Mérito deles é gigante também. Pelo que jogaram e pelo que ‘contaminaram’ os demais. Com exceção do tímido (para não dizer outra coisa) Ígor Vinícius, o time todo foi bem. Fora os três, não tem como não citar o atacante Marquinhos de apenas 18 anos. A cria de Cotia até outro dia estava jogando o Brasileiro Sub-20 com Alex e também foi decisivo na classificação. Mais um mérito de Crespo.


Marquinhos (esq.) tem apenas 18 anos. Foto: Staff Images/CONMEBOL

E se o adversário das quartas de final for o rival verde, que Crespo e Cia. mantenham a tradição. Porque tradição nesse confronto é alegria para nós são-paulinos. Mas isso é assunto para um outro texto.

Um abraço !!!

quarta-feira, 14 de julho de 2021

DEPARTAMENTO MÉDICO DO SÃO PAULO PRECISA SE PRONUNCIAR

 Por Rafael Rossi


Eder deixa o campo contra o Racing (Foto: Marcos Ribolli)

Olá amigos tricolores!

Alguém do departamento médico do São Paulo precisa se pronunciar, dar uma satisfação, explicar algo que parece inexplicável: a quantidade enorme de contusões musculares do time na temporada 2021. No título, menciono o departamento médico como um todo. Mas é preciso citar que o atleta passa durante o processo completo também pelos departamentos fisioterápico, fisiológico e físico. Então o questionamento vale para qualquer um deles. A impressão do torcedor é de que ‘a cada jogo sai um atleta de campo machucado’. Veja bem, além de não ser médico, estou a 440km da capital paulista. Então esse texto não é para crucificar/culpar ninguém de forma leviana. É apenas uma constatação do que vem ocorrendo dia a dia e ninguém dá uma palavra sequer.

Dos reforços do São Paulo para a temporada 2021 estavam machucados e vetados para a partida da última terça-feira (13) o zagueiro Miranda, o volante Willian e os atacantes Luciano e Rigoni. Com exceção do volante que tem um trauma no joelho direito, os demais apresentam contusões musculares. Miranda sentiu um estiramento na coxa esquerda, Rigoni um edema na coxa direita e Luciano lesão muscular no posterior da coxa esquerda.

No meio do horrível empate por 1 a 1 em casa contra os argentinos do Racing no jogo de ida das oitavas de final da Libertadores mais um machucado: o atacante Eder deixou o gramado na metade do primeiro tempo também com uma contusão muscular e deu lugar a Vitor Bueno. Isso sem contar outros que já se machucaram e demoraram a voltar como Luan e Daniel Alves, por exemplo.

Na entrevista coletiva após o resultado ruim em casa, o técnico Crespo ainda falou sobre a condição ruim do melhor jogador do time, o meia Benítez. “Martin está passando por momento difícil fisicamente. Então vamos ter muita atenção nesse ponto”. Nem vou citar lesão por lesão do ano aqui. Todo mundo que acompanha futebol sabe que são várias e nenhuma satisfação ao torcedor. Alguma coisa está errada? O Refis não é mais o mesmo? Está desatualizado? Diagnósticos mal feitos? Não sei, mas repito: alguém desse departamento médico tem que se pronunciar.

PRAZOS

Só um adendo ao texto. O São Paulo FC não divulga prazos de recuperação para nenhum atleta contundido, seja lá qual for o tipo de problema que ele tenha. É outra situação que ninguém explica, mas trata-se de uma postura adotada pelo São Paulo Futebol Clube desde o longínquo ano de 2011, quando o departamento médico Tricolor passou vergonha com as frustradas tentativas de colocar em campo o atacante Luís Fabiano, então recém-trazido de volta da Espanha.

Isso é assunto para outro texto. Mas posso contar a história em breve, caso o querido amigo são-paulino deseje.

Um abraço!!!